Classificação de variedades de Cattleya intermedia  

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O presente trabalho é uma proposta de classificação das variedades da Cattleya intermedia Graham ex Hooker, tendo como base o Regulamento da FGO (Federação Gaúcha de Orquidófilos).


C. intermedia "Figueirinha II"



Labelo da C. intermedia


Uma das premissas deste trabalho é a simplificação, de modo a tornar fácil o entendimento da classificação das variedades, condição básica para que iniciantes entendam e tomem gosto pela arte de cultivar e colecionar a Cattleya intermedia.

Desse modo algumas variedades, com diferenças sutis, foram agrupadas, como no caso das variedades "suave " e "lilasina" cuja diferença está apenas na tonalidade da cor rosa do labelo, tornando difícil, senão impossível diferenciar determinadas flores. Na mesma linha, tentamos sistematizar as características que definem flores pelóricas e suas descendentes, outra fonte de intermináveis discussões.

Além disso, não consideramos como variedade a simples mudança de cor de algumas variedades, como as orlatas vinicolores, as marginatas cerúleas, as flâmeas frezinas, etc..

Como a forma sempre tem predominância sobre o colorido, entendemos que essas flores devem se encaixar nas variedades de forma do colorido, ou seja, continuam sendo "orlatas", marginatas e flâmeas, independentemente do colorido.

Quanta às variedades de forma dupla como as flâmeas orlatas, aquiniis marginatas, etc., consideramos que devem ser classificadas pela forma da flor, a qual deve ter predominância sobre a forma do colorido, isto é, continuam sendo flâmeas, aquiniis, etc., independentemente do colorido e da forma do colorido.

Deve-se entender que o conceito de "variedade" usado neste trabalho é horticultural, usado e aceito há décadas por orquidófilos e colecionadores de orquídeas. Não é o conceito botânico.

Sugerimos três categorias para a classificação da C. intermedia. Cada categoria contém as variedades agrupadas por alguma característica comum, totalizando 26 variedades:

I) categoria I - pela forma da flor:
1) pelórica
2) aquinii
3) flâmea
4) bergeriana

II) categoria II - pela forma do colorido da flor:
1) albescens
2) puntata
3) maculata
4) orlata
5) marginata
6) multiforme
7) oculata
8) pseudo-tipo
9) striata
10) venosa

III) categoria III - pelo colorido da flor:
1) tipo
2) bordô
3) cerúlea
4) fresina
5) lilasina
6) roxo-bispo
7) semi-alba
8) vinicolor
9) alba
10) concolor
11) rubra
12) sangüínea

As categorias I e II são variedades independentes do colorido da flor, as flores dessas categorias podem ter qualquer cor.

A categoria III é totalmente dependente do colorido da flor.

A forma da flor tem predominância sobre a forma do colorido que por sua vez tem predominância sobre o colorido. Por exemplo: flor "flâmea orlata vinicolor" pertence à variedade "flâmea".

Fontes:

http://www.orquidariocarlosgomes.com/

http://www.damianus.bmd.br/

Viroses das orquídeas  

Posted by Mariana G. De Nadai in

INTRODUÇÃO

Além das doenças fúngicas e bacterianas, vista num capítulo anterior, as orquídeas, a exemplo de outras espécies vegetais e animais, são também atacadas por vírus, minúsculos seres (alguns nanômetros) que invadem as células, danificando seus processos metabólicos e de multiplicação, o que acaba por causar a morte das mesmas. Os vírus vivem exclusivamente às custas dos processos metabólicos ou celulares de outros organismos, não sendo ativos fora da célula (embora possam permanecer por longo tempo, inativos, porém infecciosos, em detritos vegetais ou mesmo na água).
Embora seus efeitos muitas vezes pareçam menos graves, à primeira vista, em comparação com o estrago causado por fungos como o Pythium e bactérias como o Pseudomonas, é certo que as viroses são as doenças mais graves das orquídeas, por sua facilidade de disseminação, perdas de valor e impossibilidade de tratamento. Assim, a única forma de controle, nos dias atuais, é a erradicação das plantas atacadas, somado a outras medidas de prevenção de contágio. Podemos afirmar, que após o grau de contaminação visível atingir 20 ou 30% das plantas de determinada coleção, o melhor é descartar e eliminar a coleção toda, pois as chances são de que a maioria das plantas também está contaminada, embora ainda sem sintomas.

TIPOS MAIS IMPORTANTES DE VÍRUS DE ORQUÍDEAS

Até o presente, foram diagnosticados cerca de 40 tipos de vírus que infectam as orquídeas. Destes, apenas alguns poucos produzem efeitos prejudiciais, em nível comercial, às plantas. Por "nível comercial", entende-se efeitos que possam prejudicar a apresentação das flores, e o vigor da planta. Dessa forma, muitos vírus, embora tenham sintomas claramente visíveis, não são considerados de importância comercial, por não prejudicarem as florações nem a produtividade (o vírus da "pipoca" nas folhas, comum em Laelia purpurata, se enquadra nesse caso).

Dos vírus de importância comercial, existentes no Brasil, dois se destacam:

CyMV - Cymbidium Mosaic Virus

Muito embora seus efeitos sejam, a princípio, pouco aparentes, o CyMV é o vírus mais perigoso para a coleção. Explica-se: como apresenta sintomas menos "graves" do que o ORSV, muitas vezes as plantas são dadas como saudáveis, o que propicia a extensão da contaminação por toda a coleção. Quando se percebe, a coleção toda já está perdida. Por esse mesmo motivo, é o vírus mais comum nas coleções. Ataca inúmeros gêneros, desde Cymbidium, até Cattleya e Phalaenopsis.
Os efeitos deste vírus nas folhas são dificilmente detectáveis, mas, seguindo o princípio geral (vide abaixo), ocorrem leves riscos cloróticos nas nervuras. De modo geral, não atrapalha o crescimento da planta, nem sua capacidade de floração.
Nas flores, não há sintomas, de início. Entretanto, passados alguns dias (entre 7 e 15, dependendo da espécie), surgem riscos ao longo das nervuras dos segmentos florais, fruto da destruição do floema floral. Nas flores albas e amarelas, estes riscos são necróticos (marrons). Nas lilases e vermelhas, são riscos esbranquiçados. Muitas vezes, o dono da planta despreza estes sintomas, considerando que a flor está simplesmente "passada". Entretanto, os sintomas são claramente distintos da senescência natural ou mesmo a causada por gases de etileno, que se caracterizam pela perda de substância dos segmentos, e amarelecimento da ovário (pedúnculo).
O CyMV pode infectar uma planta, sem afetar sua produtividade ou vigor, por muitos anos.

ORSV - Odontoglossum Ringspot Virus (syn. TMV-O)

Identificado primeiramente em Odontoglossum grande, causando lesões circulares nas folhas, daí o nome. Este vírus, embora altamente destrutivo, tem seu controle facilitado pelos seus sintomas, bastante característicos e facilmente visíveis. Nas folhas, são manchas irregulares de colorido vermelho a roxo (cuidado para não confundir com escurecimento arroxeado causado por luminosidade alta, ou pintas roxas em plantas semi-albas e algumas lilases e amarelas). Estas manchas ou pintas geralmente possuem regiões necrosadas (mortas). Os brotos podem ficar aleijados (tortos, fortemente pigmentados, e sem vigor). Nas flores, surgem manchas descoloradas, com aspecto de "aquarela desbotada". Não confundir com falhas de colorido de origem genética (variegata). Ocasionalmente, grandes variações de temperatura podem provocar sintomas de "color-break" idênticos aos provocados por vírus. Caso tenha ocorrido esse fator climático, aguardar mais um ano, para verificar se o sintoma se repete, para então ter certeza do diagnóstico.
Ao contrário do CyMV, o ORSV vai degradando o vigor da planta, terminando por matá-la ao cabo de alguns anos (por inviabilidade de brotação).

DIAGNÓSTICO

Para facilitar o diagnóstico visual, talvez ajude se mencionarmos que a atuação dos vírus, de modo geral, nas plantas, se dá por morte de células com carga viral elevada. Dessa forma, as estruturas que entram em contato mais prolongado com o vírus são as primeiras a serem lesionadas. Os vasos que conduzem a seiva, não conseguem mais fazê-lo adequadamente, e morrem. Nas plantas, esses efeitos se mostram como riscos necróticos (mortos) e cloróticos (amarelados) nas nervuras, falhas de pigmentação nas flores (por "desnutrição" dos tecidos florais durante a formação da flor), e aleijamento de brotos (por interrupção da circulação de nutrientes).
É importante ressaltar que a sintomatologia descrita acima não é definitiva. Há plantas que apresentam um ou outro dos sintomas, sem estar necessariamente contaminada por vírus. Ocasionalmente, problemas genéticos induzem a planta a produzir folhas e/ou flores com defeitos, tanto de forma como de colorido. Intoxicação por gases poluentes (nas áreas urbanas) e fitotoxidade de defensivos aplicados de forma inadequada também provocam sintomas nas plantas, que não são semelhantes aos de pragas e doenças conhecidas, e que, portanto são muitas vezes atribuídas, erroneamente, a vírus. Por outro lado, há plantas contaminadas que, por alguma razão, não apresentam qualquer sintoma (o que não quer dizer que não possam infectar outras plantas, que irão demonstrar sintomas). Apenas o diagnóstico em laboratório pode dar a certeza da infecção ou não de uma planta. Entretanto, cada sintoma que a planta apresentar é um aviso de que pode estar infectada. A cada sintoma adicional apresentado, maior a desconfiança. Assim, preventivamente, o melhor é tratar toda planta que apresente algum dos sintomas descritos acima como suspeita, isolando-a das demais. Se for uma planta valiosa, ou matriz para clonagem ou hibridação, pode valer a pena mandar testar em laboratório especializado (embora o custo seja elevado).
Não cabe no escopo deste trabalho descrever em profundidade os métodos de laboratório, para diagnóstico de virose, mas segue um pequeno resumo:

Bio-ensaio

Nesse teste, a seiva oriunda da planta suspeita é inoculada nas folhas de determinadas espécies de plantas (principalmente Cassia occidentalis, Datura sp, Chenopodium sp. e Tetragona expansa, para CyMV, e Gomphrena globosa, para ORSV). Estas plantas não são infectadas sistemicamente (na planta toda) quando contaminadas com ORSV e/ou CyMV, mas apresentam lesões locais facilmente identificáveis. Alguns dias após a inoculação, as folhas apresentam numerosos pontos necróticos, com características específicas para cada tipo de vírus. Existem kits de teste à venda, nos E.U.A.

ELISA

É um ensaio imunológico (ELISA = Enzyme-linked immunosorbent assay). Nesse teste, há uma reação serológica (de soro sanguíneo animal) à presença de vírus específicos. O diagnóstico é dado pela mudança de cor da solução contendo o soro. Este ensaio é bastante preciso e rápido, podendo ser aplicado em muitas amostras ao mesmo tempo. Há também kits à venda, no exterior.

Microscopia Eletrônica

É o método mais direto de diagnóstico, onde a seiva suspeita é tratada com corante especial, e visualizada num microscópio eletrônico (+ de 50.000 x). As partículas de vírus são facilmente identificáveis, de acordo com uma tabela descritiva. Este método é o mais preciso, detectando vírus em concentrações tão baixas a ponto de não serem detectadas por Bio-ensaio ou ELISA. Entretanto, é muito caro, pela complexidade do equipamento.

FORMAS DE TRANSMISSÃO

Por definição, o veículo de disseminação de vírus nas orquídeas é a seiva. Ou seja, qualquer ação que ponha em contato a seiva de uma planta contaminada com a de uma planta saudável, é uma forma de transmissão de vírus. Por esse raciocínio, chega-se ao principal vetor de disseminação: ferramentas de corte. Facas. tesouras, unhas, estacas, enfim, qualquer objeto que possa provocar uma ferida na planta, são disseminadores de virose por excelência. As próprias folhas, ao bater umas nas outras, principalmente durante o transporte das plantas, podem espalhar a doença.
Os insetos, mesmo os sugadores como pulgões e cochonilhas, embora suguem seiva, indo de uma planta para outra, não são considerados vetores específicos para CyMV e ORSV. No entanto, transmitem alguns outros tipos de vírus, também danosos.
Outras formas importantes de contágio são a mistura de raízes entre plantas doentes e saudáveis (quando as plantas estão muito próximas), e resíduos. O vírus, embora inativo fora da célula viva (como na água e em resíduos), mantém seu poder de infecção caso entre em contato com tecido vivo. Em resumo, vasos, cacos e substrato contaminados, são fontes de contágio, se forem usados em outras plantas. Da mesma forma, a água pode carregar partículas de vírus de uma planta para outra.
O ORSV, embora uma variante do vírus do mosaico do fumo, é espécie distinta. Por sua vez, o TMV (Mosaico do fumo) não infecta orquídeas. Apesar de não haver contaminação de orquídeas com ORSV através de contato manual de resíduos de fumo (cigarros), há risco de surgimento de novos tipos de vírus comuns às duas plantas. O vírus TMV está presente em alta porcentagem do fumo produzido, e, por conseqüência, nos cigarros.
É preciso ter em mente sempre como se faz o contágio, ao se recomendar medidas preventivas da disseminação de vírus.

TRATAMENTO

As perguntas que surgem com maior freqüência no meio orquidófilo, com relação a vírus, são: "O que devo fazer para curar minha planta? Se não houver cura, o que faço com ela?" As respostas, infelizmente, não são agradáveis. Não há tratamento conhecido para eliminar a infecção por vírus de uma orquídea. Há trabalhos em andamento neste sentido, principalmente nos E.U.A., utilizando produtos como Interferon, ainda sem resultados concretos e economicamente viáveis. Há muitas pessoas que afirmam que conseguiram "limpar" uma planta, seja com produtos químicos, seja expondo a sol pleno e outras teorias mais ou menos fundamentadas em pesquisa científica. Não há nenhuma "teoria" provada. Dessa forma, plantas com vírus devem ser descartadas - se possível incineradas. Substrato, cacos de drenagem e vaso destas plantas não devem ser reaproveitados. Plantas contaminadas não devem ser doados (a não ser para pesquisa), vendidos ou passados para outras pessoas de forma alguma.
Podem-se amarrar estas plantas nas árvores do quintal? É possível, embora pouco recomendável. Embora não haja disseminação dos vírus acima por picadas de insetos, o risco de ter plantas doentes nas proximidades da coleção podendo ser manuseados, cortados com as mesmas ferramentas etc, é grande. É sempre melhor, porém mais doloroso, eliminar plantas doentes.

Eliminação de Vírus por semeadura

Já foi exaustivamente comprovado que as viroses mais destrutivas nas orquídeas, não são transmitidas pelas sementes (provavelmente devido à ausência de estruturas de reserva na semente). Portanto, pode-se utilizar uma planta doente como matriz, no intuito de obter-se descendência sadia. Este recurso é freqüente entre colecionadores e profissionais que utilizam plantas como matrizes para melhoramento e hibridação, mantendo (em isolamento) determinadas plantas, mesmo sabidamente contaminadas. Essas plantas são usadas como matrizes femininas (portadoras da cápsula de sementes). Grifamos a palavra femininas, pois não se deve utilizar pólen de plantas contaminadas, que pode transmitir a doença para as saudáveis. As cápsulas devem ser colhidas maduras (já fendidas), e as sementes retiradas sem utilizar objetos pontiagudos (apenas abrir a cápsula e dar algumas leves pancadas, para que as sementes caiam numa folha de papel). Nunca utilizar o sistema de semeio de sementes verdes, oriundos de plantas infectadas, pois a ação da ferramenta, ao raspar as sementes para colocação no meio de cultura, irá ferir o tecido interno da cápsula, contaminando as sementes.

Eliminação de Vírus por Clonagem

Quando o Dr. Georges Morel inventou o processo de clonagem, na década de 60, seu objetivo era produzir clones de batata isentos de vírus, a partir de cultivares muito produtivos, porém infectados. Posteriormente, em 1964, estendeu a pesquisa às orquídeas (Cymbidium), já no intuito de produzir grandes quantidades de plantas idênticas, para o mercado de flores. A lógica da eliminação de vírus por clonagem era simples: já que os vírus das plantas iam infectando as células à medida que a planta crescia, deveria haver um ponto central de crescimento, onde o vírus ainda não houvesse chegado a infectar as células. Esse ponto é o meristema apical, que é o ponto de crescimento da planta, onde a divisão celular ocorre com muita rapidez. Se esse ponto pudesse ser isolado e cultivado em laboratório, poderiam ser obtidas plantas livres do vírus. No caso da batata, assim como em outras culturas, o processo foi bem-sucedido, gerando lotes de plantas idênticas, e saudáveis. Já nas orquídeas, houve um problema. Como as orquídeas crescem de forma muito mais lenta do que outras culturas, o tamanho do grupo de células saudáveis é extremamente pequeno (menos de 0,5mm). Este fato torna extremamente difícil obter protocórmios viáveis, se atendido o objetivo de obter plantas saudáveis. Embora seja tecnicamente possível (e tenha sido feito com Cymbidium), comercialmente não é viável. O que significa que nenhum laboratório de clonagem produz lotes de meristemas, livres de vírus, a partir de plantas contaminadas. Em resumo, se a matriz estiver infectada, os mericlones, de modo geral, também serão. Nesse ponto, é preciso chamar a atenção para os seguintes fatos: a) No Brasil, a introdução dos 2 vírus mais importantes, ocorreu na década de 60; b) Essa introdução se deu, com certeza, através da importação de mericlones infectados e c) a expansão destas doenças no Brasil se deu pela proliferação da multiplicação via meristema de plantas comercialmente desejáveis, sem os controles necessários.

PREVENÇÃO

Já que não há tratamento, a única forma de evitar a disseminação de vírus nas coleções, é adotar procedimentos para 1) Identificar plantas doentes; 2) Evitar introduzir plantas doentes no orquidário; 3) Eliminar plantas infectadas; 4) Prevenir novas contaminações. De forma prática, seguem algumas "regras básicas":

1 - Não adquirir plantas "de risco" (coleções antigas, orquidários comerciais sem normas rígidas de controle etc)

2 - Aceitar presentes de "cortes especiais" com reservas. Manter tais plantas isoladas por 1 ano, ou até que tenha feito teste em laboratório.

3 - Eliminar prontamente quaisquer plantas comprovadamente doentes com vírus;

4 - Isolar plantas suspeitas

5 - Desinfetar bancadas, removendo detritos (raízes mortas etc), antes de renovar com plantas novas;

6 - Não reutilizar xaxim, cacos ou vasos (vasos podem ser reutilizados, se mergulhados numa solução de cloro a 20% por 2 horas, depois secas ao sol)

7 - Manter limpo o local de plantio, não misturando xaxim velho com novo etc;

8 - Não replantar grande número de plantas num só dia, principalmente se forem plantas adultas e antigas;

9 - Controlar pragas

10 - Manter distância entre os vasos (1/2 diâmetro do vaso);

11 - Embalar adequadamente plantas de exposição, para minimizar atrito e feridas;

12 - Não manusear em demasia as plantas. Cuidado ao retirar partes secas ou mortas, para não ferir as plantas;

13 - Não pendurar plantas umas sobre as outras;

14 - Não reutilizar água ou solução de fertilizante;

15 - Esterilizar ferramentas adequadamente;

16 - Não fumar no orquidário.

17 - Nunca andar pelo orquidário, com canivete na mão, cortando flores e folhas, tirando mudas, etc., utilizando a mesma ferramenta.

A desinfecção de ferramentas de corte é o ponto mais importante da lista, pois as ferramentas disseminam o virus com grande eficiência. Há vários métodos para esterilização, que podem ser adotados de acordo com cada tipo de material da ferramenta:

1 - Fogo. Esse é o mais eficiente, seguro e barato. Tanto o CyMV como o ORSV são permanentemente destruídos por exposição a temperaturas acima de 150º C. por alguns segundos. Para atingir essa temperatura, basta levar a lâmina ao fogo, em toda sua extensão, por cerca de 15-20 segundos. Por dar melhor cobertura, dar preferência ao fogo de gás, como o de fogão, fogareiro ou bico de bunsen. Esse método tem o inconveniente de destruir a têmpera da ferramenta, inutilizando-a após certo número de "queimas". Assim, não é apropriado para tesouras de poda e outras ferramentas de alto custo. Sugerimos utilizar facas pequenas, de aço inox (tipo "verdura") e cabo de madeira, que tem custo muito baixo (cerca de R$ 1), e resistência moderada ao fogo. Após queimar a lâmina, passar a faca em água fria. Cuidado para não misturar facas "usadas" com as já esterilizadas, na banca de plantio. Uma boa opção é construir uma caixa de madeira, com dois compartimentos, para receber as facas. No lado "limpo", pintar com tinta verde, e, do outro (facas usadas), pintar de vermelho. Assim, vai-se passando as facas do verde para o vermelho à medida que vão sendo usadas, evitando confusão.

2 - Cáusticos. Outro sistema bastante eficiente, desde que aplicado corretamente. Os produtos recomendados são as soluções de cloro (que atuam por oxidação) e o fosfato trissódico (que atua por elevação do pH). Deve-se optar por esterilização por produto químico, quando a material da ferramenta não permitir o uso do fogo (por ser de plástico ou alumínio). Para utilizar solução de cloro, recomendamos o seguinte: diluir 300 ml de solução concentrada de hipoclorito de sódio (cloro líquido de piscina), em 700 ml de água pura. Manter essa solução tampada sempre que não estiver sendo usada (pois o cloro evapora). Passar água limpa na ferramenta antes de mergulhar no cloro (para remover resíduos vegetais), deixar a ferramenta no cloro por 3-4 minutos, e passar novamente água limpa corrente (não a mesma da etapa anterior...) para tirar o excesso de cloro. Quando a solução de cloro ficar muito suja, ou a cada semana, trocar por nova. Este sistema é ótimo para tesouras de poda de aço inox, que se estragam rapidamente no fogo, mas que tem boa resistência ao cloro. Para utilizar o TSP (fosfato trissódico), fazer uma solução saturada (isto é, dissolver o sal de TSP em água destilada até que não consiga dissolver mais nada, restando uma camada de cristais no fundo do vasilhame. Manter sempre saturada). O tratamento da ferramenta é parecido com o utilizado no cloro, devendo permanecer mais tempo (10-15 minutos). Atenção: ambos os produtos, além de serem corrosivos para as ferramentas, também atacam a pele. Utilizar sempre luvas de borracha ao manusear estes produtos. Há quem utilize o álcool para desinfetar ferramentas. Para eliminar fungos e bactérias, pode ser eficaz. Para vírus, é insuficiente. Flambar a ferramenta com álcool, também é ineficaz, pois não se atinge a temperatura necessária.

NOVOS RUMOS

Há muitos trabalhos de pesquisa em andamento, visando resolver o problema das viroses em plantas em geral, e também nas orquídeas. Houve algum progresso na eliminação de vírus em meristemas, através do tratamento do meristema apical dissecado, com soro específico para CyMV e ORSV, o que pode resultar na produção de mericlones saudáveis a partir de matrizes infectadas. Mas a real solução do problema passa pela criação de plantas imunes a vírus. Esse processo de engenharia genética, que tem atingido resultados surpreendentes em culturas como alfafa e tomate, consiste na introdução, no núcleo da célula vegetal, de determinados genomas virais não-ativos, tais como a "capa" do vírus. Na presença deste genoma, o vírus não consegue se replicar, o que resulta na imunidade da planta hospedeira. Para se fazer o transporte deste genoma, tem-se utilizado uma bactéria causadora de galhas em plantas (Agrobacterium tumefaciens). Usa-se a bactéria para introduzir o genoma viral na forma de plasmídeos (DNA não cromossômico), e depois se aplica bactericida para eliminar a bactéria. Infelizmente o progresso nesse campo, aplicado às orquídeas, tem sido mais lento do que o esperado, devido ao fato da única bactéria possuidora da capacidade de transportar o genoma de resistência (A. tumefaciens) ser específico de dicotiledôneas, não sendo capaz de atuar nas monocotiledôneas, como as orquídeas. Atualmente estuda-se métodos de injeção direta do genoma viral no núcleo das células meristemáticas. Caso haja sucesso nessa empreitada, poderemos ter, num futuro não muito distante, clones transgênicos de orquídeas com resistência a virus, o que abrirá uma nova etapa na história da orquidofilia. Resta esperar e torcer...

Compilado e editado por

Eng. Agr. Roland Brooks Cooke

Orquídeas do Norte do Paraná  

Posted by Mariana G. De Nadai in

Orquídeas do Norte do Paraná, já a venda!!
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Obtenção de mudas de orquídeas Phalaenopsis na haste floral por indução com pó de canela  

Posted by Mariana G. De Nadai in

Logo após a floração da sua Phalaenopsis, quando as flores murcham e secam por completo e são manualmente removidas, é possível induzir o nascimento de uma muda clone que brotará na própria haste floral, com a aplicação de pó de canela no substrato.

Após o corte com tesoura de poda (esterilizada com fogo ou produto específico) no terceiro nó da haste floral da planta, é comum brotar uma nova haste que vai fazer sua Phalaenopsis gerar uma segunda floração no mesmo ano, quando bem tratada.

Mas se você fizer a poda da haste floral na altura do mesmo terceiro nó e colocar uma colher média de canela em pó em toda superfície do vaso, isto vai estimular o nascimento de uma nova planta que brotará na haste, na altura deste nó.

Em alguns meses, logo que a planta estiver com quatro folhas de cerca de quatro centímetros cada e emanando duas ou três raízes de até 3 centímetros, faça o corte da nova muda pela haste, um pouco abaixo e replante a nova muda em outro vaso menor.

Lembre-se de que as plantas jovens precisam de maior umidade, por isso, fique atento a rega até que as plantas se desenvolvam.

Texto de Josué Fontana

Orquídeas Epífitas  

Posted by Mariana G. De Nadai in

Orquídeas epífitas, que não enraizam no solo, mas se fixam a troncos e outras estruturas, representam hoje mais de 90% de todas as espécies de orquídeas. Algumas podem ainda ser terrestres, ou mesmo rupículas (de crescimento em cima de pedras). Gostam, de maneira geral, de luz e regas moderadas.

As orquídeas são largamente cultivadas no Brasil e no mundo e seu comércio movimenta grandes somas de dinheiro todos os anos em um mercado crescente. No Brasil, grandes orquidários no Sudeste já produzem centenas de milhares de plantas por ano, que são exportadas para outros países ou vendidas até em supermercados. A Phalaenopsis principalmente, por ser uma planta conhecida por se adaptar bem em apartamentos.
O primeiro passo para cultivar uma orquídea com sucesso é a identificação correta do gênero ou espécie e o conhecimento de seu habitat de origem, para saber de suas necessidades naturais em seu meio. A partir destas informações, o cultivo de orquídeas ornamentais (como a Cattleya e a Phalaenopsis) é, ao contrário do que se pensa, uma tarefa relativamente fácil, se respeitadas as regas semanais, os critérios de exposição de luz (na maioria dos casos, luminosidade de 50%, a chamada meia-sombra e nunca sol direto) e a adubação periódica com substratos ricos e apropriados a cada fase de desenvolvimento da planta.
foto: Carlo A. Zaldini
Orquídeas podem ser cultivadas em vasos, placas de xaxim ou fibra de côco e ainda em madeira ou mesmo em árvores, terra ou pedra, dependendo da espécie. Podem florir, em sua maioria, uma vez ao ano, quando tratadas de maneira correta.

Mudas podem ser nutridas com uma colher de chá de farinha de osso a cada mês nas beiradas do vaso, acelerando assim seu crescimento. Os híbridos são de maneira geral extremamente resistentes, e podem prosperar mesmo em condições adversas de cultivo, crescendo mais rápido que as espécies "naturais". Incontáveis cruzamentos de gêneros ou espécies geraram inúmeros híbridos.

Em sua maioria, orquídeas não toleram água em demasia mas geralmente gostam da presença de substrato rico e úmido. Por este motivo, os vasos jamais devem ficar sobre pratinhos que retém água, sob pena de encharcar as raízes e matar a planta.

É fundamental o arejamento das raízes, daí o uso de pedaços de xaxim ou fibra de coco como substrato, e não o pó deste. Dois anos é o tempo médio de vida útil do substrato, o qual deve ser substituído após esse período. O pó de xaxim é normalmente usado apenas quinzenalmente sobre o substrato (salpicar uma colher de sopa). Há ainda outros substratos como a fibra de coco prensada (coxim), o esfagno, etc. Para uma boa drenagem 1/3 do vaso deve ser preenchido com caco cerâmico. Por este motivo também é comum o uso de vasos de barro com furos nas laterais e vasos de plástico transparentes, que facilitam o contato da luz com o rizoma e acentuam o arejamento deste. A drenagem pode ser feita mantendo o vaso ou placa de xaxim pendurado por arames e pendendo numa inclinação de 45 graus. De maneira geral, plantas penduradas estão mais protegidas de doenças e pragas.

Uma planta florida pode permanecer dentro de casa, perto de uma janela com boa fonte de luz, sempre evitando o sol direto. Durante esse período, deve-se molhar o substrato, dependendo da umidade ambiente, mas com rega bem moderada e jamais molhando as flores.

Após o fim da floração, pode-se fazer a retirada manual das flores secas e podar a haste com tesoura esterilizada em fogo.

Podas e regas  

Posted by Mariana G. De Nadai in

Podas e cortes em orquídeas são aplicados apenas para retirada de folhas mortas, secas ou com doenças, podas de hastes florais já secas, divisão da planta ou ainda para retirada de novos brotos (os chamados keikis).
A ferramenta de poda deve ser preferencialmente uma tesoura de jardinagem pequena, sempre esterilizada com fogo a cada novo corte que der numa região da planta.
Para dividir uma planta, cada parte deverá ficar com, no mínimo, três bulbos, tendo-se o cuidado de não machucar as raízes vivas, que devem apresentar pontas verdes, no verão ou inverno para que o corte possa ser feito em condições ideais.
Orquídeas monopodiais, como as vandáceas, têm crescimento vertical e podem atingir metros de altura. Nesse caso, pode-se fazer uma divisão, cortando o caule abaixo de 2 ou mais raízes e fazer um novo replante.
Se a base ficar com alguns pares de folhas, emitirá novos brotos e seguirá seu crescimento normal.

COMBATE DE CARAMUJOS AFRICANOS  

Posted by Mariana G. De Nadai in


Embora chamado de caramujo africano, inclusive no site da EMBRAPA e em outros sites Internet, este molusco não é um caramujo, mas sim um caracol. Caramujos são moluscos de hábitos aquáticos e caracóis de hábitos terrestres. O chamado caramujo africano tem o nome cienntífico de Achatina fulica, da classe gastrópode e pertence à família Helicidae. Tem a concha espiralada, com respiração cutânea, de hábitos terrestres e de ampla distribuição geográfica. São originários do leste e nordeste da África, chegando a alcançar 15 cm de diâmetro e 200g de peso. Foi trazido inicialmente para o Paraná com o intuito de substituir o scargot e sem licença ambiental. Com o tamanho e o peso que tinha aparentemente seria um substituto vantajoso, contudo a cor negra e a consistência de borracha não agradaram ao paladar dos brasileiros. Antes de ser comercializado o projeto de cultivo foi amplamente difundido e colônias foram vendidas à esmo pelo país. Com o fracasso, os animais foram destruídos em alguns casos e outros foram abandonados à própria sorte. Eles são hermafroditos e não possuem predadores naturais. Enquanto que caramujo açu presente no litoral brasileiro depositaa apenas 2 ovos por período reprodutivo e possue predadores naturais, o caramujo africano deposita 500 e não tem predadores. Adaptou-se perfeitamente à variedade de habitats existentes no país. Enterram-se no solo e hibernam em períodos muito seco ou muito frio. Tão logo se estabeleçam as condições ideais eles entram novamente em atividade. Apesar de não terem hábito aquático já foram vistos em vegetação flutuante de rios e lagoas. A erradicarão desses moluscos hoje em dia é considerada impossível.
É considerada uma das 100 espécies invasoras do mundo mais perigosa. Foi introduzido no Havaí no início da segunda guerra e no final já tinha alcançado a costa oeste dos Estados Unidos. No Brasil está entre as cinco espécies-problema como a capivara, a caturrita, o mexilhão dourado que veio do oriente em casco de navios e em pouco tempo destrói a fauna marítima do local onde se estabelece além de destruírem cascos de navios. Existem outras espécies invasoras que são problema para o meio ambiente como o pardal vindo da Europa, a casuarina e o eucalipto que vieram da Austrália, o siri pitu vindo da Ásia, entre outros.
O caramujo africano gosta de locais úmidos e bem sombreados para se estabelecer. São encontrados em cantos de muro, lixo, acúmulo de galhos e folha, madeiras, pedras e outros restos de obras, sendo que tijolos abandonados são os preferidos.
Hábitos alimentares - Alimenta-se de vegetais comendo a planta praticamente toda deixando apenas os caules mais duros e as raízes. São capazes de devastar rapidamente uma pequena horta de subsistência, pomares e plantas ornamentais. Não conseguiu relato de ataque a orquidários. Sua voracidade é tão absurda que comem desde isopor até sola de sapato.
Cuidados no manuseio – Usar luvas reforçadas e na inexistência destas usar dos sacos reforçados e sem furos para coletá-los. Não fumar, beber ou comer durante o trabalho de catação. Os animais coletados devem ser colocados em recipientes de plásticos descartáveis ou em latas. Ao terminar a catação deve-se jogar sal ou cal virgem sobre eles. Não jogar no lixo. Não devem ser pisados, pois ao pisar espalham os ovos pelo local. Podem provocar doenças no homem e nos animais, contaminar o solo e a água. São hospedeiros intermediários do Angiostrongylus costaricensis e do Angiostrongylus cantonensis.

Palestra proferida por Sylvio Rodrigues Pereira.

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