Pequenas notáveis  

Pleurothallis é um gênero botânico pertencente à família das orquídeas. Foi publicado pelo botânico inglês Robert Brown, em 1813, baseando sua descrição na espécie Epidendrum ruscifolium (hoje conhecida como Pleurothallis ruscifolia), originária do Brasil. Seu nome é uma referência do tipo de brotação de algumas de suas espécies, que, estendendo-se para os lados, formam padrões semelhantes a costelas.

O gênero Pleurothallis esteve mal-definido desde sua criação. Durante quase 200 anos, era classificado como qualquer espécie pertencente à subtribo Pleurothallidiane, pois suas características físicas não deixavam determinar claramente a identidade, resultando em quase 2.100 espécies submetidas a um gênero extenso e desestruturado.

Na ultima década, a publicação de inúmeros estudos sobre as semelhanças entre as espécies redefiniu o grupo, apresentando-o como um gênero, com algumas dezens de espécies. Mas vamos abordá-lo como conhecíamos antigamente, deixando as diferenças de nomenclatura para os taxonomistas.

Há muitos sinônimos para essa planta, dotada do maior número de espécies entre todos os gêneros americanos, e facilmente encontrada por quase todo o continente. É, inclusive, o mais vasto gênero brasileiro.

Desde sua classificação, já receberam vários nome: Acianthera, Acronia, Anathallis, Ancipitia, Andinia, Colombiana, Crocodeilanthe, Cryptophoranthus, Dracontia, Effusiella, Elongatia, Geocalpa, Humboldtia, Kraenzlinella, Lepanthes, Loddigesia, Muscarella, Octomeria, Panmorphia, Phloeophila, Physosiphon, Platystele, Pleurothallopsis, Restrepia, Restrepiopsis, Rhynchopera, Rubellia, Sarcinula, Sarracenella, Specklinia, Stelis, Talpinaria, Trichosalpinx, Unciferia, Zootrophion, Zozterophyllanthos.

Este gênero é bastante interessante por apresentar plantas extremamente ecléticas, ou seja, que gostam de viver em variados climas e lugares, passando de epífitas a rupícolas. Geralmente são plantas de médio a pequeno porte, embora existam excessões com dimensões assombrosas como a Pleurothallis restrepioides, que ultrapassa facilmente os 50 cm de altura, e outras que, de tão pequenas, podem passar despercebidas pelos menos atenciosos. É o caso das Pleurothallis microphyta e Pleurothallis minutallis, quase invisíveis a olho nu, medindo apenas 5 mm de diâmetro.

A grande maioria das espécies estão agrupadas na seção de micro-orquídeas, cujas flores não costumam ultrapassar 1 cm de diâmetro. Por esse motivo, são as mais procuradas pelos loucos por "matinhos", como são chamados pelos orquidófilos. Se você está entre esses colecionadores e cultivadores, possivelmente quer adquirir mais e mais espécies, o que é possível. De tamanho bastante reduzido, as Pleurothallis microphyta e Pleurothallis minutallis ocupam pouco espaço, sendo possível ter centenas em áreas pequenas como balcões na varanda de seu apartamento.

Fonte: Revista "O mundo das orquídeas" n° 59