Substratos alternativos  

Posted by Mariana G. De Nadai in

Com a proibição da comercialização do xaxim e, consequentemente, a não possibilidade de seu uso como substrato no cultivo de orquídeas, muitas alternativas estão sendo testadas pelos colecionadores e produtores dessas plantas em todo o Brasil.
Nos estados do Norte, os colecionadores estão utilizando o caroço do açaí e a casca da castanha-do-pará. Em Goiás é comum o uso de capulho de algodão (casca do fruto do algodão) misturado com pedaços de carvão. Já no estado do Ceará é comum o uso da bagana (fibra de folhas de carnaubeira) misturada com a casca de arroz carbonizada.
O uso de substratos regionais é uma tendência sem retorno. No entanto, é importante observar alguns apectos que devem ser analisados antes dos testes definitivos.
Acidez: alguns materiais, como as cascas de árvores, por exemplo, de pinus, podem ser muito ácidos, devido à presença de altos teores de taninos, devendo ser parcialmente neutralizados.
Salinidade: seria interessante que o material a ser testado tenha menor índice de salinidade, para não haver a queima das raízes pelo excesso de sais. Um erro frequente é o uso da fibra de coco verde e da bagana, sem o tratamento adequado. A salinidade desses materiais é muito alta, fazendo com que a orquídea não resista.
Durabilidade: bagaço de cana ou casca de eucalipto não apresentam durabilidade compatível com a longevidade das orquidáceas. Testes realizados com o bagaço, por exemplo, mostraram a necessidade de até quatro replantios durante o ano, o que inviabiliza o uso desse material. Diferentemente da casca de arroz cabonizada que dura seis anos.
Porosidade: muito relacionado ao item anterior, pois a baixa durabilidade está normalmente associada à diminuição da porosidade devido a fragmentação do substrato. É muito importante, pois as orquidáceas necessitam de alta porcentagem de porosidade.
Capacidade de retenção de água: importante para definir as misturas de um substrato ou até mesmo o tipo de vaso a ser utilizado. É fundamental entender que quando se muda parte das misturas dos substratos, há também a alteração da retenção da água. Neste caso, recalcule a quantidade de água que será utilizada na rega das plantas que serão cultivadas com a nova mistura.
Presença de pragas e doenças: muitas vezes as plantas acabam sendo infectadas por pragas e doenças presentes nos substratos. É sempre aconselhável observar a origem do material e, no caso de dúvidas, esterilizá-lo.
Vasos e containeres: também devem ser analisados. Por exemplo, no uso de vasos plásticos seria recomendado diminuir a frequencia das regas, pois estas mantêm a umidade necessária às plantas por maior tempo. No entanto, seria interessante usá-los em localidades onde a umidade do ar é muito baixa.
Já existem vários materiais alternativos sendo utilizados como substrato no Brasil, como a casca de arroz carbonizada, a fibra de coco tratada, o caroço de açaí, entre outros. Vale lembrar que é interessante pensar na facilidade de aquisição do material. Porém, são tantas as alternativas, que devemos deixar de lado o uso do xaxim, que corre sério risco de extinção.

Texto de Roberto Jun Takane
revista: Como Cultivar Orquídeas nº 30

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1 comentários

Estou adorando o seu blog, já li boa parte. Estou aprendendo bastante, espero saber cuidar melhor das orquídeas que já tenho e das próximas que terei. Obrigada, boa semana.

19 de setembro de 2010 às 13:59

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